Outubro de 2011 foi quente. Mas é uma história cíclica, já aconteceu noutras alturas, embora não seja frequente.
O mês de Outubro 2009 foi o mês mais quente dos últimos 14 anos em Portugal continental, segundo dados revelados ontem pelo Instituto Português de Meteorologia (IPM). O site deste instituto adianta que "ocorreram vários dias com temperatura superior a 25ºC em muitas estações meteorológicas de quase todo o país, verificando-se também dias com temperatura superiores a 30ºC em muitos locais do Centro e do Sul". No mês de Outubro a temperatura do ar registou valores médios acima da máxima, mínima e média muito superiores ao valor médio entre 1971 e 2000, com anomalias de +2,8ºC, +1,7ºC e +2,2ºC, respectivamente, de acordo com as informações divulgadas.
O IPM registou ainda uma onda de calor em algumas estações meteorológicas do Centro e do Sul do Continente no período de 10 a 18 de Outubro.
Ainda assim, a quantidade de chuva ocorrida neste mês foi próxima do valor médio 1971-2000, sendo de salientar as quantidades de precipitação ocorridas nos dias 6 a 7 e 20 a 25, com valores diários elevados em particular no Norte e no Centro do país, não se atingindo, no entanto, nenhum extremo diário para o mês de Outubro.
O IPM tinha já apontado também o mês de Setembro de 2009 como o mais seco entre os últimos 22 anos, ocupando 9.º lugar desde o início desta contabilização, em 1931. Já na altura o instituto previa que a situação se prolongasse para o mês seguinte. De referir que o Verão deste ano obteve também valores médios de temperatura também eles superiores à media do período supracitado, 1971-2000.
Porém, nos EUA, Outubro 2009 foi o 3º mais frio desde que há registos de temperatura, chegando a ser 4ºC mais frio que a média do século XX para os Outubros (dados da NCDC). A balança pende para os dois lados.
Sinal de que há alterações na excentricidade do eixo da terra em relação ao sol que modifica a quantidade de radiação incidente nos vários pontos da terra. Fenómeno este que faz com que num lado a terra receba mais radiação solar e faça mais calor, e no outro receba menos radiação e faça mais frio.
Alterações essas que são cíclicas (talvez de 50 em 50 anos) e que nada têm a ver com factores humanos, mas antes com o desvio do eixo da terra do sistema solar, conforme explica a teoria de Milankovitch.
Provavelmente os nossos avós terão memória de tal acontecimento e já experienciaram tal facto há muitos anos. Só que as pessoas mais jovens, como nunca vivenciaram tal facto associam-no a alterações climáticas ou aquecimentos globais.
Fonte: Público, novembro 2009
Sem comentários:
Enviar um comentário