Mira Amaral publicou no Expresso um artigo com o título "legislação europeia incentiva a poluição com NOx" do qual colocam-se alguns trechos bastante relevantes. Um motor térmico vive do ciclo de Carnot dado pela fórmula:
1-(Tf/Tq)
onde:
Tf é a temperatura da fonte fria (temperatura no ambiente)
Tq é a temperatura da fonte quente (temperatura na combustão)
O seu rendimento máximo é alcançado com uma Tq mais alta que faz reduzir a relação entre Tf/Tq. Por isso se chama de motor térmico. Ora "Por azar", é precisamente a essas temperaturas mas elevadas que se formam mais gases NOx. Como as emissões de CO2 estão directamente relacionadas com o nível de consumo, se um veículo tiver maior rendimento, ou seja, se for mais económico em termos de consumo de energia ele emitirá menos CO2 mas mais NOx!.
A eficiência energética dos motores modernos faz diminuir as emissões de CO2 mas potencia as emissões de verdadeiros gases poluentes. A legislação europeia, ao puxar por menores consumos e ao limitar o nível de CO2, acaba por estimular o aumento do NOx! Como é sabido os catálogos de automóveis apenas são obrigados a mostrar as emissões de CO2. Então e as emissões de NOx? Porque não se mostram estas emissões?
UE omite, com dolo, os verdadeiros gases poluentes?
Como se sabe o facto de o CO2 poder potenciar o efeito de estufa - não é o que mais contribui atenção - não faz dele um poluente atmosférico. O CO2 é fundamental para o ciclo de regeneração do planeta. Todos nós expiramos CO2 ao respirarmos ar. Os cidadãos deveriam ter o direito a saber os verdadeiros gases poluentes que as viaturas emitem em vez do "inocente" CO2.
É um erro grave associar a fiscalidade "verde" às emissões CO2 em vez de a relacionar com os verdadeiros gases poluentes. A legislação europeia está a tapar o sol com a peneira. Ao transformar o CO2 num vilão a UE omitiu, com dolo, a verdadeira poluição atmosférica. Ora, como se sabe, foram as emissões de NOx que "tramaram" o grupo Volkswagen mas em testes nos... EUA e não na UE.
Ao omitir com dolo os verdadeiros gases poluentes, desviando as atenções para a propaganda do CO2, a UE está a cometer um autêntico crime ambiental com repercussões incalculáveis na saúde pública. A UE está a ser conivente e a defender os interesses da indústria automóvel europeia incentivando a venda de mais veículos poluentes. O irónico disto tudo é que o dieselgate teve origem nos EUA e não na UE.
Espera-se que no futuro os catálogos automóveis dêm menos enfoque ao CO2 e mais relevância aos verdadeiros gases poluentes, por uma questão de verdade científica e de respeito pela saúde do cidadão! E, finalmente, todo o alarido dado pela UE ao CO2 constitui uma ofensa à inteligência do cidadão.
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