O verão de 2018 fica marcado pelo incêndio na serra de Monchique. O arqueólogo e professor João Bernardes deu uma entrevista num jornal em que explica uma possível causa que originou uma tão vasta área ardida na serra de Monchique.
Antigamente a serra de Monchique era conhecida pelas suas madeiras de carvalho e castanho e no tempo dos descobrimentos foram cortadas árvores para a construção de navios. Mas hoje o cenário está um pouco alterado.
"Um dos grandes problemas que justificam em grande parte os incêndios dramáticos a que assistimos tem a ver precisamente com a alteração radical do coberto vegetal. Se lermos as descrições da serra de Monchique dos últimos séculos - e há muitas! - o que se realça é a abundância das águas correntes, fontes e levadas, da vegetação de carvalhos e até de castanheiros que tornavam a serra de Monchique a sub-região mais fresca e aprazível do Algarve. Obviamente que a introdução de novas espécies, nomeadamente do eucalipto, nas duas últimas décadas, contribuiu para alterar radicalmente aquele cenário tantas vezes descrito como edílico", explica João Bernardes.
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