Quem é o culpado pelas alterações climáticas?
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Vários países pretendem restringir a circulação de veículos a diesel em centros urbanos - questão do NO2, das partículas finas e do CO2
Os motores a gasóleo foram inventados pelo engenheiro mecânico alemão Rudolf Diesel, daí a origem da designação de veículos a diesel. O gasóleo é um combustível muito menos inflamável que a gasolina, por isso nos motores a diesel não é usada a faísca. Em vez disso necessitam de uma taxa de compressão maior para aumentar a sua temperatura e facilitar a queima. O gasóleo é um combustível mais económico mas os seus motores são mais caros de fabricar do que os motores a gasolina.
O problema está no NO2 e nas partículas finas e não no CO2
Apesar de gastarem menos (do que os motores a gasolina) os motores a diesel têm um pequeno senão que pode ditar o seu fim: a poluição. Os media só agora começaram a tomar consciência deste facto. No entanto nem sempre foi assim. Na década de 90 surgiram campanhas que davam a entender que o gasóleo era um substituto limpo da gasolina uma vez que emitia menos CO2 (uma causa humana para a hipotética teoria do aquecimento global). E de facto isso é verdade os carros a gasóleo emitem menos CO2.
Só que estas campanhas omitiram outros factos importantes: os motores a gasóleo emitem um gás perigoso para a saúde humana (muito pior que o CO2), o NO2. E emitem também partículas finas que podem causar lesões nos pulmões humanos. Estas partículas estão na origem de inúmeras doenças respiratórias e são responsáveis por milhares de mortes na UE.
Os media começaram agora a dar mais atenção ao NO2 e às partículas finas, em detrimento do CO2, após o surgimento do escândalo de fraude nas emissões registado em vários modelos a diesel produzidos por algumas marcas automóveis. O CO2 produzido pelos veículos automóveis, quando analisado isoladamente, não origina, por si só, mortes de seres humanos. A não ser que haja falta de oxigénio durante um longo período.
Pelo lado oposto a inalação de NO2 e de partículas finas pode causar doenças respiratórias irreversíveis no ser humano. Os media acordaram (tarde) para uma realidade que sempre esteve à vista de todos. Basta olhar para aquilo que sai dos escapes dos veículos a diesel quando o filtro de partículas deixa de funcionar ou não funciona correctamente, principalmente nas viaturas pesadas. E não é CO2.
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Os governos tomaram consciência deste problema e começaram a surgir soluções para limitar o tráfego de veículos a gasóleo em cidades com grande tráfego urbano. Londres, Paris, Madrid, Berlim preparam-se para impedir num futuro breve a entrada de viaturas a diesel. Mas há algumas cidades europeias que são ainda mais radicais e pretendem restringir a circulação de todos os veículos a combustão tradicional (gasóleo e gasolina), permitindo apenas a entradas de carros eléctricos ou híbridos.
Por enquanto Portugal (governo, políticos, entidades ambientais e outras relevantes) ainda não se debruçou muito sobre esta questão. A única restrição que existe no nosso país é o tráfego proibido no centro de Lisboa às viaturas a gasóleo mais antigas que não cumprem as normas de poluição mais recentes. Mas até quando o país vai continuar indiferente a esta realidade? Quanto mais tarde pior e o mais certo é um dia a UE forçar todos os países membros a cumprirem normas e o parque automóvel nacional, que tem uma grande quota de veículos a gasóleo, terá de ser renovado de uma acentada.
O fim da era dourada do diesel
Os veículos a gasóleo já viveram o seu período de ouro na europa e estão actualmente a entrar numa fase de declínio, principalmente após o escândalo da fraude das emissões em várias marcas automóveis. A restrição à circulação de veículos a gasóleo em várias cidades imposta por países europeus vai complicar ainda mais a situação. Estes dois factos já originaram alterações no mercado automóvel. Na Alemanha as vendas de veículos novos e usados a diesel estão em queda.
Várias marcas já anunciaram que vão abandonar o fabrico de motores a diesel porque para as normas de poluição vão sendo mais apertadas tornando a produção cada vez mais dispendiosa. Se o futuro não passa pelo diesel as marcas preferem investir noutras tecnologias como os híbridos e eléctricos.
A substituição de veículos mais amigos do ambiente é também um desafio para grandes cidades chinesas onde a congestão do tráfego é alta. Por isso é urgente alterar a qualidade do ar e do ambiente. Nuvens de smog (fumo misturado com humidade) que por vezes cercam o céu em algumas zonas na China são causadas pelos escapes de viaturas automóveis a combustão.
Conclui-se que o CO2 acabou por ser um bode expiatório que serviu para esconder outros problemas ambientais.
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